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O desinteresse dos jovens por ter carro próprio preocupa os fabricantes em todo mundo

Começou a ser detectada no Japão e agora é uma tendência global. Os jovens têm cada vez menos interesse em adquirir um carro próprio e isso representa um novo desafio para a indústria do automóvel, que trata de ensaiar novas fórmulas de negócio, como os veículos compartilhados, ou os modelos elétricos, mais atraentes, a priori, para uma geração que, com a bicicleta e o transporte público, vê-se satisfeitas suas necessidades de mobilidade.Um estudo apresentado ontem pela empresa de consultoria KPMG corrobora essa tendência. “Que vai mais”, explica Francisco Roger, sócio responsável do sector automóvel em Portugal.

No Brasil a situação não é diferente – inclusive, é ainda mais dramática. As montadoras perceberam os baixos índices de consumo e com a recessão econômica é cada vez menor o índice de pessoas que estão aptas a fazer um financiamento para adquirir o próprio veículo. Além do mais basta dar uma rápida consulta nas principais páginas do Detran como no detranpe2020.com.br para aferir a alta taxação que vai além do financiamento em si: DPVAT, IPVA, Licenciamento, Seguro…. essas são só algumas das taxas que fazem ter um carro muito caro no Brasil. No mundo, os alarmes são os mesmos, mesmo tendo uma taxação inferior ao gigante verde e amarelo.

O estudo se baseia em uma pesquisa com 200 altos executivos do setor, tanto os fabricantes e fornecedores. E uma das conclusões é que a maioria (46%) considera que os menores de 25 anos não têm necessidade de serem proprietários de um veículo. Outro percentual importante (54%) pensa que também diminui o interesse por ter um carro próprio entre os maiores de 50 anos.

Nos Estados Unidos foram já os valores a tendência: apenas 27% dos carros novos vendidos em 2012 foram adquiridos por crianças com menos de 34 anos. Porque, para a chamada geração do milênio (nascidos entre 1982 e 1995) o automóvel já não é um ícone de liberdade. é muito mais a conectividade com a internet e as redes sociais.

Na Europa, há muito tempo já que se vendem muito mais bicicletas do que carros. Em particular, em Portugal foram vendidos 780.000 bicicletas em 2012. frente a 700.000 carros novos.O desenvolvimento de veículos elétricos, que não poluem, é outra das vias com que os fabricantes esperam contrariar o crescente distanciamento dos mais jovens.

Com tudo, os gestores do setor consideram que a produção automobilística mundial vai continuar com um importante crescimento, impulsionada pela demanda dos países emergentes, em particular China. De acordo com Roger, estima-se que, em 2025, a produção mundial alcançou 120 milhões de unidades por ano, número que representa um aumento superior a 50% em relação aos volumes atuais. Mas quase a metade das unidades adicionais que serão produzidas serão os chamados BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), onde o automóvel ainda é um desejo inatingível para a maioria da população.

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